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Quem nunca ouviu falar do cavalo de Troia, o presente grego? E do pomo da discórdia? Tudo isso e muito mais é contado neste romance, a melhor e mais...

Na sua história recente, desde a redemocratização, o Brasil passou por muitas transformações e crises, principalmente econômicas. Talvez, uma das mais marcantes tenha sido aquela do início do governo Collor, quando o autointitulado caçador de marajás confiscou as contas de todos os brasileiros. As famílias foram impactadas em diversos níveis, muitas vezes com consequências irreversíveis.

— Não sei mais nem o que fazer. Vivo com medo dendicasa, Dedinha. — Eu entendo, mulher. Chico por aqui não anda fácil. Ele tá mais calmo agora, por causa da gravidez. — Mas pelo menos Chico não te bate. — Tem palavras que doem bem mais. Acredite. Sim, em algum lugar você já leu esta história. Sim, sobre personagens femininas que lutam e resistem em tempos de machismo. Esses tempos de muitos deveres e quase nenhum direito. Exatamente assim: mulher não pode estudar, não deve se expor, só presta se casada e servindo ao marido, à família e à casa.

Quantas lembranças atravessam um corpo enlutado? O que fazer com o desejo de nossos mortos? Em sua estreia, Tatiana Lazzarotto nos apresenta, em prosa poética, o desenrolar de uma notícia de morte. É também uma história sobre um pai, uma filha e uma árvore. Um deles está morto. Os outros dois terão de sobreviver.