• Dinheiro, IA e domínio de mercado: funcionário nº1 do Google abre o jogo sobre a Big Tech

  • Nov 19 2024
  • Length: 51 mins
  • Podcast

Dinheiro, IA e domínio de mercado: funcionário nº1 do Google abre o jogo sobre a Big Tech

  • Summary

  • As digitais de Berthier Ribeiro-Neto estão presentes na chegada do Google ao Brasil no começo dos anos 2000. Ele e outros professores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) fundaram a Akwan, empresa comprada pela Big Tech. A aquisição fez dele o 1º funcionário do Google no Brasil. Em rara entrevista, Berthier conta tudo a Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, apresentado por Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz. A história passa por como a companhia pioneira travou a internet da universidade, como sua esposa ajudou na negociação e quase foi contratada pelos norte-americanos e como um empreendimento financiado com dinheiro de docentes encantou uma das maiores companhias de tecnologia do mundo. “A empresa foi financiada por poupança de professor. É um caminho que eu não recomendo. Não é saudável”, brinca. Além disso, ele conta algo que não costuma falar: quanto o Google pagou.

    Diretor de engenharia do centro de tecnologia do Google no Brasil por 19 anos, Berthier Ribeiro-Neto viu o mecanismo de busca se tornar uma ferramenta crucial para a internet. Ele conta como os engenheiros brasileiros solucionavam problemas globais da ferramenta. Berthier conta que uma dessas falhas não havia sido detectada nem pelos especialistas norte-americanos e afetava o mundo todo. E ainda: tinha a ver com a Britney Spears e o mp3. Depois disso, os brasileiros na companhia passaram a ser vistos com outros olhos. "A reputação dos engenheiros que o Brasil têm dentro de uma empresa como o Google mostra que a gente pode fazer tão bem quanto qualquer povo desde que a gente se organize", afirma.

    Inteligência artificial? Amazon? O mecanismo de busca está ficando ‘burro’, a ponto de muita gente reclamar? Muita gente elenca as ameaças a uma empresa gigante como o Google. Mas a percepção de um dos engenheiros que mais entendem da Big Tech é outra. Para Berthier, a geração de jovens que se viciou na experiência de vídeos curtos e rápidos do TikTok dificilmente vai se adaptar ao funcionamento do Google. Como resolver o problema? Não será virando uma versão do TikTok. “A máquina da busca do Google tem uma expectativa. Se virar um Tiktok, vai frustrar 1 bilhão de pessoas todos os dias”, profetiza Berthier.

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