Nascido em Berlim Oriental, Frank Herzberg foi, aos sete anos de idade, atraído pela bateria e seu caminho musical parecia estar determinado. O baixo, no entanto, acenou-lhe mais seriamente. Ao ouvir seu irmão mais velho, Hartmut, explorando aspectos do rock no baixo elétrico e entrando em contato com seu baixo acústico sem uso, o jovem Frank foi fisgado. Menos de dois anos depois, começou a tirar belas músicas das cordas.
Na idade adulta, além de exercer seu ofício como fabricante de violinos em Markneukirchen – um dos principais centros de produção de instrumentos musicais da Alemanha – Herzberg começou a estudar seriamente contrabaixo na Hochschule für Musik “Hanns Eisler” de Berlim. No mais respeitável ambiente em um dos conservatórios mais proeminentes da Europa, Herzberg começou a florescer. Após aprimorar seu ofício em sua terra natal, optou por se mudar para os Estados Unidos para estudar na Berklee College of Music e adquirir conhecimento com o lendário professor de jazz Charlie Banacos, que ensinou lendas de Jazz como Mike Stern, Michael Brecker, Pat Metheny e Danilo Perez.
Quando os estudos terminaram em Boston, muitos de seus colegas, como o baterista Antonio Sanchez e o saxofonista Jacques Schwarz-Bart, fizeram as malas e se mudaram para Nova York. Herzberg, porém, tomou o caminho menos trilhado: deixou seu coração ser seu guia e seguiu seu amor – a pianista brasileira Marta Karassawa – a São Paulo, onde descobriu uma linguagem e uma vida diferentes, acomodando-se aos muitos e variados cenários de sua pátria adotiva.
Nesses anos, desde sua mudança para o Brasil, Herzberg se tornou uma ferramenta musical em uma multiplicidade de contextos. Passou muito tempo em estúdios, atuando como produtor e baixista contratado; contribuiu para o som de bandas orquestrais como a Banda Sinfônica de São Paulo, a Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo e a Orquestra Mediterrânea; acompanhou gigantes da música como David Liebman, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti e Airto Moreira; e fez bom uso de sua educação, ensinando e beneficiando novas gerações de artistas aspirantes.
Conta no seu currículo trabalhos de palco, estudio e workshops com Horace Sliver, Antonio Sanchez, John Stein, Ithamara Koorax, Bocato, Guilherme Franco, Mauro Senise, Teco Cardoso, Proveta, André Juarez, Torsten de Winkel, Bob Moses, Jacques Schwartz-Bart, Steve Hass, Cornelius Claudio Kreusch, Andre Pawelski e Chris Allen.
Apesar de Herzberg não enfrentar escassez de canais para exercer sua arte ou de oportunidades musicais, seu desejo de alcançar um número maior de pessoas com sua própria música emergiu em 2004. Com o pianista Alexandre Zamith e o baterista Zé Eduardo Nazário, formou o Frank Herzberg Trio. O grupo estreou em 2012, com o lançamento do premiado álbum Handmade. Uma sequência é ansiosamente aguardada e deve ocorrer em 2019.